domingo, 20 de março de 2011

Quem é Dilma?


Fonte: Internet.

Hoje, vendo estampado nos jornais a foto de Dilma com Obama encontro-me com a dúvida: Quem é Dilma?

Confesso que aguardava um vestido mais ‘executivo’ nesse importante encontro entre os dois chefes-de-estado. Em especial, porque os papéis se inverteram: não foi ela a Washington, mas veio ele ao Brasil, por primeiro. Talvez, um vestido ‘executivo’ mostraria postura do igual para o igual.

Surpreendeu-me a feminilidade do vestido vermelho e do xale; charme europeu. Ah, esse vermelho! Não seria politicamente mais correto um azul ou até o verde da esperança? Mas, um amarelo ainda cairia bem, já que ele usava azul marinho.

Realmente, em volta de Dilma borbulham vários conflitos:

Presidente ou Presidenta?

A primeira questão está relacionada com o ‘e’ e com o ‘a’. Será que ela é Presidente ou é Presidenta? Ela tenta imprimir ao país o cargo de Presidenta. Não sei se vai pegar. Acho uma tentativa ingênua, não próxima da estatura de mulher que mostrou possuir.

A imprensa e o povo em geral parece-me preferirem ‘a Presidente’. Mas, pouco importa se com ‘e’ ou com ‘a’, não serão essas letras que produzirão a resposta colocada ao topo.

Executiva ou Mulher?

Com certeza, ao agir revela Dilma ser mais a executiva do que a fêmea. Em todos os cargos e funções porque passou demonstrou apego aos resultados e a pouco papo. E isso é bom para o Brasil, que mais não suporta tanta politicagem e papo-furado conduzindo a nação.

Na elaboração de omelete em recente programa de TV, ela demonstrou pouca afinidade com cozidos e assados. Primeiro, pelo vestido de executiva que usava; segundo pela escolha do ‘prato’, que é tipicamente de pessoas sem jeito para a panela e o fogão.



Extensão de Lula?

E onde fica o Lula nisso tudo? Todos aguardavam o poderoso ‘ex’ espreitando em tudo e em todas, até nos detalhes. Mas, o Lula simplesmente desapareceu de cena. Ela realmente comanda o continente Brasil; sozinha, nem mesmo marido de perto. [Ou será que êle está tão escondidinho no Palácio, que ninguém vê?]

Mas, bem pensando, alguém poderia imaginar o Lula no comando de alguma coisa que não seja de uma boa salada política ou de uma luta qualquer? Não me sai da mente a suposição de que ela esteve no comando do país durante todo o seu longo e rendoso tempo de Casa Civil. Ninguém me convence. Se houve sucesso, e houve, certamente não foi por culpa do Lula.

Durona ou caseira?

Com certeza não seria a Dilma uma figura caseira, mais dedicada aos chamados afazeres da mulher. Não encontro muito vestígio disso na sua marcante personalidade.

Mas também não vejo no seu agir uma posição de durona. Talvez, as pessoas estejam confundindo durona com incisiva. Certamente, ela é persuasiva e penetrante em tudo que faz. Não arreda o pé do seu objetivo. E isso está bem distante de ser durona. Não conhece meia-conversa e nem desvio, embora possa até desprender fala mansa.

Desajeitada?

Pode ser. Certeiro que não seria uma boa cantora de aché. Mas, não é para isso que se propõe. A sua sina é a solução executiva, administrativa e política. E isso ela demonstra a cada dia.

Lembram do conflito com os militares? Ela tinha sofrido tortura por ‘militares’ ao tempo da ditadura, mas isso não a impediu de manter uma postura imparcial e sem qualquer vestígio de magoa ao lidar com a área militar durante todo o tempo de Governo Lula.

E é sempre assim, onde há conflito, abandona ideologia e partido para buscar a melhor solução, mesmo com alto custo político. Naturalmente, essa boa intenção não a livra de falhas. Não gostei do valor do Salário Mínimo e nem do aumento de juros. Mas, é economista; não posso imaginar diferente.

E então?

Vislumbro não poder definir com a precisão necessária quem seria Dilma. 

E quem poderia? 

Só sei que ela é a primeira mulher presidente do Brasil. Isso já é bom. Vamos aguardar.

Acelino Pontes

5 comentários:

  1. Já perdeu autonomia sobre a expressão, "dou-te o poder e te mostrarei quem és."
    Dilma não faz exceção. Mais uma vez conseguiram “nomear” (eleição para presidente sempre foi uma farsa) alguém de fácil manipulação, tanto que os ingredientes adicionados, identificados com os assessores diretos e ministros, não poderiam ser de melhor têmpera, obedientes ao poder invisível, claro,.
    Portanto, perguntar quem é Dilma requer identificar em que qualificação se pretende, isto é, como pessoa, como presidente, como qualquer coisa.
    O caso da Líbia, por exemplo, estratifica com esmero a questão quando estadistas medíocres e serviçais como França, Itália, Reino Unido, etc. juntam-se e obedecem à revelia do mais hipócrita dos sistemas, a democracia, que, aliás, nunca existiu.
    Dilma, para sorte dela mesma, em posição estratégica ocupando lugar de destaque no hemisfério sul, herda uma suposta liderança para a qual não tem capacidade nem competência. Necessário se faz, portanto, uma enxertia bem elaborada pelos líderes invisíveis como se foi possível observar no último final de semana.
    Quem sabe ela, Dilma, seja bem-aventurada tendo ao seu lado um Daniel que interprete seus sonhos.

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  2. Pedro, gostei da contribuição. Parabens.

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  3. Antes de qualquer colocação, gostaria de congratular com o autor do post pela criatividade da qual fez uso para "emblematizar" a nossa presidenta, no fundo percebi que trata-se de um brasileiro sensato. De outro lado, dado a necessidade de darmos continuidade à construção de Brasil democrático e justo e concomitantemente a criação de identidade de povo, todas essas transformações que vivenciamos de maneira simultânea nos deixa confuso ao ponto de reduzirmos o raciocínio político a clichês preconceituosos. Os pontos que discordo:A ênfase dada pelo autor ao gênero da presidenta, mostrando um ideal "sexista" equivocado, outro ponto é classificar a participação do brasileiro Luis Inácio nesse processo como luta qualquer. O papel de LULA foi fundamental,pois o mesmo pode ser classificado como o presidente mais genuinamente brasileiro, pois sintetiza na sua história de vida o que a maioria dos brasileiros vivem diariamente em um país injusto enfim, outro ponto que discordo, é quando o autor faz-se de ignorante e não entende que esse controle no sistema financeiro e econômico do país é justamente para garantir a saúde econômica de longo prazo.

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  4. Muito bom sua definição sobre está senhora.

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